A partir do momento em que não sentimos como o próximo e em que não pensamos nas conseqüências de nossas atitudes para com o ambiente em que vivemos, nos tornamos seres secos e monstruosos, capazes de achar que a vida é algo tão banal como um tênis, uma idéia ou um grama de cocaína.
Todos vivem às custas de quem lhe fez. Quem lhe fez, também fez tudo para manter o que fez. E quem lhe fez, que fez o pão de cada dia para lhe manter, merece o máximo respeito. É digno do máximo respeito. Respeitar quem lhe fez e que fez tudo para lhe manter. Dando-lhe o pão de cada dia Mas o pensamento enfraqueceu de uma tal maneira, que cegou todos que deixaram de enxergar e de sentir e de ver que o mundo tem dono, que fez todos e fez tudo para manter todos os seus feitos. Para verem que o pensamento enfraqueceu, fora dos limites das ordens naturais das coisas; passaram a ser governados pelo enfraquecimento do pensamento. E o resultado? Surgindo a decomposição dos pensadores; sendo o enfraquecimento do pensamento uma doença. Doentes pelo enfraquecimento do pensamento. E um doente vive variando e quem varia não sente mais o faz. Perdendo assim, todo o sentimento de solidariedade humana, que na verdade é: não desejar ao próximo aquilo que não quer para si. E fazer o bem, não olhar a quem. Esse é o sentimento de solidariedade humana: agir no estado de consciência positiva do amor ao próximo como a si mesmo. O senso positivo de solidariedade humana. O ser humano é um dever. E ser desumano não é viver. Ser desumano é pensar como bicho e viver como bicho. Porque o bicho é que é desprovido do sentimento de solidariedade. Ser desumano é rude. Ser rude é ser uma fera humana com aparência de humano. E de humano não tem nada, provado pelos atos desumanos. Para verem que o mundo tem o seu dono. É notório e sabido pelos feitos que aí estão. Que não é reconhecido pelos desumanos. Os desumanos não respeitam o que não é seu; os desumanos só têm aparência de humanos e por isso, os desumanos gostam de matar, mas não querem morrer. É como estão vendo aí, destruindo uns aos outros. Quem destrói não quer ser destruído, só quer destruir.(...) Como aí está a destruição; destruindo uns aos outros pela desvalorização do nada. A própria vida passou a não valer nada e por isso, fazem engenhos para destruir milhões de vidas, por quê? Com o desenvolvimento e a evolução, veio a desvalorização pelo reconhecimento das coisas do nada. E a vida que é a coisa mais preciosa de tudo, ficou também desvalorizada, como nada sendo, sem valor e por isso, criam engenhos de destruir milhões de vidas. Para verem o ponto que chegou a desvalorização do nada, que até a coisa mais preciosa que é a vida, passou a não valer nada. Por isso, aí está: tiram a vida uns dos outros por nada.
UNIVERSO EM DESENCANTO
Vol. " 87 Histórico"
Págs. 50 a 58
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