quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Comunicar-se com a eternidade

"O raciocínio é o elo de comunicação com a eternidade." -

Universo em Desencanto -pg .5 - 48º Histórico

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Machado de Assis - Um dos meus autores preferidos

"Está morto: podemos elogiá-lo à vontade."

O poder de síntese do Machado de Assis me faz pensar que ele foi um precursor do twitter

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

A passagem da crença para a experiência de Deus

Texto belíssimo do Prof. Huberto Rohden.

O mais interessante é que a meditação mais eficaz, que mais me aproximou e aproxima até hoje desse conceito de "Silêncio" falado no texto foi com os livros Universo em Desencanto. Não tem nem porque dizer sou tão fã da Cultura Racional, né ?

Abraços queridos leitores e boa leitura =)


"Neste milênio em que estamos atravessando, uma grande parte da humanidade, não a parte da humanidade massa, mas, uma pequenina humanidade elite, está entrando numa nova dimensão de consciência. Está ultrapassando a crença, sem cair na descrença. Há uma grande elite que não está dispensando a crença para cair na descrença, o que seria uma involução, um regresso. Está ultrapassando a crença para descobrir uma nova dimensão do espírito, a qual eu chamo a experiência pessoal de Deus. Não a crença num deus do passado, num deus à distância, para além da via Láctea e das galáxias do universo, o que seria a crença, que é necessário para a humanidade dos principiantes, pois é melhor a crença do que a descrença. Mas quando a humanidade chega a certa altura da sua maturidade espiritual, a humanidade está ultrapassando a crença de um deus longínquo, de um deus do futuro ou do passado e está entrando da experiência de um Deus presente, de um Deus aqui e um Deus agora. Essa é a grande humanidade que está acontecendo nos últimos.

Há uma elite cada vez maior na humanidade, dentro e fora do cristianismo, pessoas que já entram na experiência direta e imediata de Deus, que estão começando a realizar a consciência de Deus aqui e agora e que vão continuar por toda a eternidade.

Naturalmente nesta experiência de Deus, ao invés de uma crença de Deus, supõe que se tem uma idéia mais exata de Deus do que o grosso da humanidade. O grosso da humanidade só conhece o deus do passado e o deus do futuro; só conhece o deus ausente, não conhece nada do Deus presente. Mas, se é verdade que Deus esta Onipresente e a Sua Presença não está localizada em algum espaço de tempo, se Deus está Onipresente, presente aqui e acolá, igualmente Presente em toda parte, então Deus é espírito Universal e não pode ser uma pessoa individual, pois uma pessoa não pode estar onipresente. Mas o Espírito pode estar Onipresente; pode estar no mineral, no vegetal e no homem, pode estar em qualquer tempo e espaço do Universo.

Quando se tem a consciência dessa Onipresença de Deus, pode-se então, chegar a uma experiência direta de Deus. Por que se Deus está presente em mim, porque é que eu não poderia ter uma experiência direta, real e verdadeira deste Deus presente em mim?

Muitas pessoas falam de Deus; Deus é a palavra mais usada e mais abusada que existe na humanidade. Todo mundo fala de Deus, prós ou contras. Também os ateus falam de Deus: eles têm uma absoluta certeza de que Deus não existe, mas falam sempre em Deus para rejeitar. Os crentes falam de Deus para aceitar. Muitos falam de Deus, mas isso não resolve nada. Falar de Deus seja pró, ou seja, contra, não resolve os problemas da humanidade. Outros até falam com Deus, o que eles chamam rezar, orar. Isto já é um pouco melhor do que falar de Deus, pois é um prelúdio, mas não é uma solução definitiva. Nem falar de Deus e nem falar com Deus, resolve o problema central da humanidade.

Vejamos uma terceira atitude que não é nem falar de Deus e nem falar com Deus: permitir que Deus nos fale. Essa é uma grande coisa que apenas alguns descobriram... Permitir que Deus nos fale! Esses são os grandes iniciados, que são poucos por enquanto, mas que existiram em todos os tempos. Moisés, Elias, Jesus, Francisco de Assis, Buda, Mahatma Gandhi, todos mantinham momentos de silêncio para permitir o ambiente interno necessário para que Deus pudesse lhes falar. Todos estes grandes místicos que descobriram que a solução de todos os problemas da vida consiste em permitir que Deus nos fale. Mas esta é uma arte muito difícil! Não há 1% da humanidade, nem da cristandade, que consiga aprender sofrivelmente esta arte de se calar, porque para que Deus me possa falar, eu me devo calar. Enquanto eu falo, Deus se cala. Só se eu me calar, então Deus tem a oportunidade para me falar. Mas é muito difícil a gente se calar! Você pensa que é fácil? Você está calado agora, o que não adianta nada! Este ficar calado materialmente não resolve nem um pouco, pois calar fisicamente é muito fácil. A gente vai para um deserto, uma floresta, uma caverna ou se isola entre quatro paredes e estamos fisicamente em silêncio. Não resolve nada o silêncio físico, porque nós carregamos conosco nosso ruído mental: nossos pensamentos! Você pode desfazer-se dos seus pensamentos durante cinco minutos, meia hora, uma hora... Ou durante vários dias, como fizeram vários destes místicos citados no texto acima? Você é capaz de ficar mentalmente silencioso durante um determinado período de tempo? Isto é muito difícil para o grosso da humanidade porque somos bombardeados constantemente pelos nossos próprios pensamentos. A grande maioria não consegue se esvaziar de seus próprios pensamentos nem por cinco minutos.

Este é o ruído mental que impede que Deus nos fale. Deus não fala enquanto eu não me calar mentalmente! Mesmo que eu cale fisicamente, não resolve! É preciso entrar num silêncio mental. Alguns conseguem evitar o barulho mental, que se chama pensamentos, mas não conseguem se livrar de um outro ruído que se chama ruído emocional: os nossos queridos desejos, as nossas afetividades de todas as espécies! Sempre desejamos alguma coisa e enquanto nós desejamos, queremos alguma coisa, não estamos em nosso vazio e Deus não tem licença para nos visitar. Deus não pode nos falar enquanto nós não nos calarmos mentalmente e emocionalmente durante certo período de nossa vida e isso é muito difícil para o grosso da humanidade.

Mahatma Gandhi, o grande libertador místico da Índia e dos nossos tempos, dizia aos seus amigos:

"Reduzi a nada os vossos sentimentos. Reduzi a nada, os vossos pensamentos. Reduzi a nada, os vossos desejos".

E depois de ouvir isto, os amigos de Mahatma Gandhi lhe diziam:

Depois desses três nadas, o que é que sobra de mim? Se eu reduzir a nada o meu ego físico-mental e emocional, o que é que sobra de mim?

E Mahatma Gandhi, sorrindo lhes respondia:

Sobra Deus e chega!

Mas os discípulos de Mahatma Gandhi não podiam compreender isto tão depressa. Aparentemente não sobra nada, porque quando nós não sentimos, pensamos e não queremos nada, parece que não existimos mais - não temos mais consciência de nós. Porque nós vivemos na estranha ilusão de que quando não se pensa nada, então a gente não tem consciência. Muitos quando não pensam e não querem nada, adormecem, caem no transe ou na auto-hipnóse. Isso não resolve nada. Isto não tem o poder de resolver nenhum dos problemas da nossa vida espiritual.

Mas alguns já descobriram que podemos nos esvaziar de qualquer pensamento, desejo e apesar disso, ficar plenamente consciente em espírito e verdade. É preciso ficar 100% consciente e 0% pensante. Quando se afirma isso, muitos que estão adentrando no mundo da prática meditativa, afirmam que o que está sendo pedido é demais, que se está pedindo por "um círculo-quadrado". Muitos principiantes pensam que quando não pensamos nada, não estamos conscientes, mas, com o decorrer da prática, descobrem que se pode ficar sem pensar e desejar nada e ficar plenamente consciente do espírito e da verdade. No entanto, esta descoberta não vem logo no princípio: ela vem aos poucos! E quando descobrimos que podemos ficar 100% consciente no nosso Eu-espiritual, sem nenhum processo de pensamento e de emoção em nosso Ego-mental-emocional, então ocorre a grande experiência do despertar espiritual, a grande libertação, a verdadeira iniciação.

Então, estes iniciandos e iniciados, tem a experiência da presença de Deus. Então, sabem por experiência própria, que crer em Deus é muito bom, mas que ter certeza de Deus, não é apenas crer em Deus. Por que eu posso crer em Deus hoje, e descrer amanhã. Eu posso fazer ida e volta; muitos fazem isso: hoje são crentes, amanhã são descrentes. Da crença, passam para a descrença, do teísmo, passam para o ateísmo. Isto acontece a todos os humanos, quando ainda se encontram no período da crença, onde pode existir a ida-e-volta da crença. Mas, quando se tem a experiência direta de Deus, não há mais ida-e-volta... só há ida! Ninguém pode ter a experiência de Deus hoje e perdê-la amanhã. Isso é absolutamente impossível! A Experiência dá a certeza absoluta de Deus. A crença nos enche de dúvidas. Por isso se faz necessário transpor os limites da crença para a experiência.

A experiência dá a certeza de que Deus é uma Realidade, de que a vida após morte é uma realidade, que a minha alma é uma realidade. Porque se eu tenho a experiência de alguma coisa eu nunca mais posso ignorar amanhã, o que eu sei hoje! Isso é tão certo como 2X2 são 4. A experiência dá a certeza absoluta e eterna em todas as condições.

Por isso, é de absoluta necessidade que todo homem que queira ter paz, tranqüilidade, firmeza e felicidade em sua vida interior, deve, cedo ou tarde, passar da crença para a experiência. Esta é a única coisa necessária: ter a certeza pela experiência direta de Deus. De maneira que, se isso é tão importante para a nossa tranqüilidade interior, segurança, firmeza e felicidade, mesmo em meio de sofrimentos, não valeria a pena, tratarmos seriamente de adquirir experiência e certeza absoluta de Deus, não por uma crença vaga e longínqua, mas por uma experiência direta e imediata? Mas como é que se faz isso?

Hoje, todo mundo fala em meditação. Nunca se fez tanta meditação como hoje em dia. Em outros tempos, meditação era só para os Indianos, para os jovens do Oriente, para Frades e Freiras dos conventos, mas para o homem da indústria, do comércio, da ciência, da universidade, dos laboratórios... Eles faziam outras coisas. Hoje em dia, estes mesmos homens, dedicam pelo menos meia hora do seu dia à meditação.

Meditação não é outra coisa a não ser calar-se para que Deus possa nos falar. Deus não fala pelo barulho, só fala pelo silêncio. Se alguém não consegue ficar silencioso, nunca vai saber nada de Deus; pode crer em Deus, e é bom que o faça, mas nunca vai ter nenhuma certeza de Deus, pois a certeza vem com a experiência, conseguida pela meditação em silêncio. Meditação não é pensar em alguma coisa. É esvaziar-se de todos os pensamentos e desejos próprios e ficar plenamente consciente.

Segundo Leis eternas, onde há uma vacuidade acontece uma plenitude. Se eu me esvazio dos meus desejos e dos meus pensamentos é absolutamente certo que me vai acontecer uma experiência direta de Deus, capaz de trazer a plenitude. A plenitude de Deus flui para dentro da minha vacuidade. Onde há um ego-esvaziamento, ocorre uma Téo-plenificação. O problema não e a plenificação, pois esta sempre vai acontecer, o nosso problema está no ego-esvaziamento: Como é que eu vou me esvaziar dos meus conceitos, crença e condicionamentos da minha egoidade humana, dos meus pensamentos, dos meus desejos, para que a Graça de Deus possa me plenificar com a sua riqueza? Este é o nosso grande problema!

Se queremos obter a certeza através da experiência, temos que prestar atenção onde estão acertando os religiosos. Estudar a vida daqueles que o conseguiram. As grandes experiências meditativas nos vem do Oriente. Existe hoje em dia, uma pequena elite que está descobrindo cada vez mais a alma da mensagem destes grandes homens, destas grandes "setas orientadoras". "Conhecereis a Verdade", disse um dos maiores mestres, "e a Verdade vos libertará!" A libertação pela Verdade, pelo Conhecimento e pela vivência da Verdade. O conhecimento da Verdade se chama mística e a vivência da Verdade se chama ética. Toda lei da vida prática e toda a experiência de todos os grandes experientes da inspiração mística resumem-se na expressão: "Amarás a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo!". Esta é a maior mensagem espiritual dita nestes últimos dois mil anos. Esta experiência traça uma linha vertical e uma linha horizontal; a linha vertical da mística e a linha horizontal da ética. A linha vertical: o amor entre o homem e Deus. A linha horizontal: o amor entre o homem e todas as criaturas humanas. A consciência da paternidade/maternidade única de Deus, transbordando na vivência da fraternidade universal dos homens. Esta foi a maior mensagem já proclamada neste planeta Terra nestes dois mil anos. Amor para cima e amor para todos os lados... Mística e ética.

Estamos diante de uma nova humanidade. Uma pequenina elite está entrando cada vez mais na experiência de Deus. Mas esta elite é qualidade e não quantidade. A qualidade sempre será mais importante que toda quantidade. Para fazer parte da elite espiritual, é absolutamente necessário a cada dia, somente 2% do seu tempo, o que representa meia hora do seu tempo diário, para se encontrar conscientemente com Deus. Quem se dedicar a esta prática diária terá mudanças em toda as áreas de sua vida: espiritual, mental, emocional, social, afetiva e doméstica... Tudo vai melhor! Mas quem quer se dedicar isto? Hoje, para muitos de nós, às 24 horas do dia são divididas da seguinte maneira: 8 para o trabalho obrigatório, 8 horas para o sono e 8 horas para os divertimentos. Se continuarmos com este programa horário, continuaremos a ser "eternos analfabetos espirituais": nunca saberemos nada, nem de nós e muito menos de Deus. Não seria bom mudar um pouco este programa horário para que a vida se torne mais qualitativa em sua horizontalidade? Será que não vale a pena se ausentar por meia hora de todas as coisas do nosso ego humano, físico, mental e emocional e se concentrar totalmente no Eu espiritual, de forma constante, na melhor meia hora do dia? Qual é a melhor meia hora do seu dia? Estabelecer um grande e verdadeiro silêncio interno, uma vacuidade, um ego-esvaziamento... para experimentar uma Cosmo-plenitude... a transformação da vida pela ação da Graça!

Esta é a experiência de todos os grandes místicos, de todos os grandes homens realmente felizes que tem vivido na face deste planeta. Eles fizeram justamente isto e verificaram que deu certo. Então, porque continuamos a ser eternos analfabetos desta arte sublime do nosso contato consciente com Deus? Entramos neste mundo no marco zero.

Quando entramos neste mundo pelo nascimento, não tínhamos nada. Nossos pais nos deram o primeiro impulso para o nosso corpo, e depois que nascemos, tivemos que completar nosso corpo nos alimentando. Tiramos da natureza as energias necessárias para completar o nosso corpo. Nosso corpo é um produto dos nossos pais e da natureza e será devolvido daqui a pouco à natureza. Nosso corpo foi emprestado e o que foi emprestado pela natureza, deve ser devolvido. E depois? Se entramos no marco zero durante nosso nascimento e se vamos sair novamente no marco zero quando da hora de nossa morte, para que viver tantos anos? Para passar de um zero para outro zero? Não podemos levar nada do exterior juntamente conosco. O grosso da humanidade passa toda a sua existência somente nos "teres da vida", vivendo em vão. Sobre o grosso desta humanidade, devia-se colocar uma lápide sepultural depois da morte e escrever na mesma o seguinte:

"Aqui jaz os restos mortais de fulano, que viveu durante tantos anos sem saber o porque!"

Que coisa triste! Declaração de falência total! Não seria bom sairmos deste patético modo de vida? Será que posso levar comigo alguma coisa? POSSO!... não daquilo que eu tenho, mas sim, daquilo que eu sou! Não daquilo que eu recebi de fora, mas sim daquilo que eu mesmo fiz de dentro de mim. Valores espirituais eu posso levar comigo, objetos não posso levar! Dizia Einstein: "Do mundo dos objetos, não há nenhum caminho que conduza ao mundo dos valores, por que os valores vem de outra região!". Os objetos vêm de fora, os valores vem de dentro. Logo, devíamos pensar seriamente em criar valores. Valores são coisas criadas pela nossa consciência. Não são fabricados pela nossa inteligência que só pode produzir objetos, fatos da natureza. Só podemos levar conosco valores da nossa consciência. Mas o que é isso? Valor não é um fato, não é um objeto, não tem peso, não tem cor, não tem tamanho... Ninguém pode dizer quantos peso tem um valor, quantos metros tem um valor... Valor é uma criação da nossa consciência: Verdade, Justiça, Honestidade, Sinceridade, Amizade... Isto são valores! Somos criadores de valores e descobridores de fatos! Mas os fatos estão entre o 0 do nascimento e o outro 0 da morte e nenhum fato pode nos acompanhar! Nada pode nos acompanhar a não ser os valores. Por isso dizia um grande mestre: "Uma só coisa é necessária!"

Einstein, em um dos seus livros dizia:

"Por que é que todas as Igrejas prometem o céu aos bons e não aos inteligentes?"

E depois ele responde:

"As Igrejas tem razão... os inteligentes descobrem os fatos da natureza que já existiam antes deles, mas os bons, criam os valores da sua consciência que não existiam antes deles e que eles criaram. Por isso é muito mais importante criar valores que descobrir fatos".

Até parece um místico falando e não um matemático, se bem que o matemático também é um místico ao seu modo, porque a mística não é outra coisa do que a consciência da realidade e a matemática também o é.

O homem bom é um criador de valores dentro de si. Um homem inteligente é apenas um descobridor de fatos fora de si. O que está fora de nós, não podemos levar conosco, o que está dentro de nós, podemos levar conosco. Valores são eternos, fatos são coisas temporárias. Ninguém pode criar valores dentro de si, eternos e indestrutíveis se não tiver experiência da realidade espiritual. Esta Realidade se chama de Deus, que está fora de nós, e de alma que está dentro de nós e que é a mesma coisa. Um Deus transcendente se chama "a divindade" e um Deus imanente se chama Deus em nós, a nossa alma. E nós, levamos conosco somente o nosso Deus imanente, a nossa alma. Por isso dizia o maior dos iniciados: "Que proveito há para o homem em ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?" Uma sabedoria lógica e matematicamente certa!

A nova humanidade é a humanidade da experiência. Mas a experiência é absolutamente impossível no nosso programa diário se nós não modificarmos profundamente nosso programa de cada dia, nossas 24 horas, nós nunca vamos ultrapassar a crença infantil para adentrar na experiência da adultes espiritual. Não é possível por que a crença vem de fora, vem da aceitação de testemunhos alheios, mas a experiência vem de dentro, é a aceitação da nossa própria certeza interior, que nos dá absoluta firmeza, tranqüilidade e felicidade indestrutível. Mas esta experiência do mundo espiritual não é possível dentro do programa da nossa vida diária que muitos estão levando até agora! Se não tomarmos a sério a modificação do nosso programa diário, nunca poderemos chegar a experiência do despertar espiritual.

Todo mundo hoje em dia quer começar a meditar, mas os livros complicam tanto a meditação, que as pessoas ficam com medo da meditação. Quase todos os livros que conheço sobre a meditação desanimam o leitor desde o principio porque exigem "técnicas meditativas..." técnica A, técnica B, técnica C... e assim por diante. Não há nenhuma técnica! Se existe uma técnica é o silêncio e não é nenhuma técnica: é simplesmente se esvaziar de todos os conteúdos humanos e ficar à disposição do Infinito... uma disponibilidade espiritual em face ao Infinito, nada mais é necessário. Fazer de si uma completa vacuidade...

Isso exige algum exercício porque os nossos pensamentos são tirânicos! No geral, não pensamos aquilo que queremos. Somos bombardeados pelos nossos pensamentos! O nosso cérebro é uma praça pública por onde passam milhões de homens, mulheres e automóveis buzinando por todo lado! O nosso cérebro é uma praça pública invadido por todos os pensamentos sem a nossa licença! Os pensamentos entram e saem como todos os vagabundos entram e saem pela praça pública. E nós permitimos a passagem dos pensamentos pelo nosso cérebro. Desse modo, é impossível ter a experiência direta de Deus. É preciso transformar a praça pública do nosso cérebro num santuário silencioso de Deus! Você pensa que é fácil? Isto é um grande problema, mas é possível!

Os nossos pensamentos não nos obedecem. Não somos capazes de inicio, de ficar um só minuto sem pensar em nada. Nossos pensamentos são tirânicos e nós amamos os nossos queridos tiranos chamados pensamentos. Os pensamentos nos maltratam e nos tiranizam de todos os modos e mesmo assim, gostamos deles. Pior ainda as nossas emoções, as nossas afetividades. Somos tiranizados pelas nossas emoções. Nós não temos controle sobre nossas emoções, somos eternos adictos de nossas emoções.

Quando é que vamos nos libertar, proclamar a nossa independência mental e emocional? Quando é que vamos proclamar o nosso "treze de maio emocional"? Nós não somos donos dos nossos pensamentos, somos escravos dos mesmos! A grande mudança é poder ter os pensamentos que queremos ter e não os que devo. É não obedecer aos pensamentos, mas dar ordem aos mesmos. É não obedecer as minhas emoções, mas dar ordens às mesmas. É dizer aos pensamentos e as emoções: "vocês podem entrar na minha cabeça mas eu não vou dar vida à vocês!".

Enquanto não formos capazes de discriminar entre pensamentos e emoções, positivos e negativos, seremos eternos joguetes dos mesmos. O grande problema está em transformar escravidão em liberdade. A impotência em domínio. Por que sem isto não é possível fazer meditação. Primeiro temos que ser donos dos nossos pensamentos, sentimentos e emoções. Declarar nossa independência. Quem não declara independência sucumbe à tirania dos seus pensamentos. Portanto, temos que fazer isto! E com o exercício permanente conseguimos chegar a isto. No princípio, ninguém consegue ficar um minuto sem ser bombardeado pelos seus pensamentos e emoções. Depois de muito exercício, conseguimos um minuto. A alma passa a mandar porque existe alguém dentro de nós que É maior do que todos os nossos pensamentos: a nossa consciência espiritual, que também pode ser chamada de Eu, Cristo, Buda, Alma... tudo isto é a mesma coisa!

Mas, poucos conseguem entregar às rédeas do seu governo à sua consciência espiritual. Depois de muito exercício fracassado, conseguem colocar disciplina, ordem e obediência em seus pensamentos, sentimentos e emoções. E pouco a pouco, se torna fácil pensar no que queremos e no que não queremos; mandar embora os pensamentos e ficar só com a consciência... A consciência sozinha, sem os pensamentos! E quando os pensamentos obedecem à consciência, a mesma pode dar licença para os pensamentos entrar. Se ele é bom, pode entrar, se não é bom, pode ir embora! Pouco a pouco, nossos pensamentos e emoções se tornam obedientes servidores de confiança de nossa majestade divina: a nossa consciência. E então nós podemos passar a aceitar os nossos pensamentos e emoções que queremos, porque eles são crianças obedientes e dóceis de nossa consciência.

Então, passamos a nos sentir soberanos e felizes por não sermos mais escravizados por nossos pensamentos e emoções. Passamos a ser donos de nossos pensamentos e emoções, isso depois de muito tempo! E não precisamos mais viver em solidão...por que no principio temos a necessidade de nos retirarmos para locais de solidão para a pratica da meditação (que é uma meditação), ou à solidão de um retiro espiritual. Isso se faz necessário para os principiantes: a solidão e o silêncio. Mas, para as pessoas que já ultrapassaram o ABC, isto pode ser feito no meio da sociedade, no meio do escritório, da escola, da casa, transporte, da praça publica, das ruas, a gente pode estar rodeado de barulhos, em profundo silêncio. Pode estar silencioso por dentro e ruidoso por fora. E o ruído não faz mal porque já não é mais venenoso como no principio, tornou-se um ruído sadio. Podemos permitir todos os ruídos da sociedade, sem sermos envenenados pelos ruídos porque nos acostumamos a dar ordem aos nossos pensamentos, sentimentos e emoções.

A grande libertação começa no Silêncio e termina no trabalho em meio ao barulho da sociedade. Para os principiantes é necessário fazer meditação e retiro espiritual em silêncio. Mas para os finalizantes, isto é possível no meio da sociedade, porque tudo que estamos fazendo e que hoje chamamos de autoconhecimento e de autorealização, não é outra coisa se não Libertação.

Libertação não quer dizer fuga, não quer dizer o abandono da sociedade. Libertação começa com silêncio e com solidão, mas termina no meio da sociedade. Para o princípio nós precisamos do silêncio e da solidão, para nos consolidarmos no domínio espiritual, mas quando estamos devidamente consolidados no domínio espiritual, nós podemos voltar ao meio da sociedade e a sociedade já não nos faz mal, porque não podemos mais ser derrotados pela sociedade, pois já somos senhores da sociedade, senhores dos pensamentos e senhores das emoções.

Isto é o que eu chamo da passagem da crença para a experiência de Deus, ou seja, a passagem da escravidão para a liberdade. Todos nós gostamos de liberdade; ninguém gosta de escravidão. Entretanto, poucos são os que fazem algo para se desescravizar e para se libertar."


quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Bashô

" Não procure a adorar os videntes ou profetas. Procure o que eles procuraram."

Bashô


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terça-feira, 4 de agosto de 2009

TIM MAIA RACIONAL



Salve galera do bem, bom dia e boa sorte !

Muita gente ficou sabendo da existência da Cultura Racional através do excelente músico Tim Maia, de como ele conheceu o livro, ficou fanático , mudou as letras das composições, fazendo um imenso jingle do livro Universo em Desencanto e por aí vai ....

Eu conheci a Cultura por outros caminhos, através da indicação de amigos para a minha família, de como o livro poderia nos ajudar num momento de dificuldade em que estávamos passando. Não fazia a mínima idéia de que algum músico famoso já tinha gravado algo sobre o tema. Aliás, na primeira vez em que ouvi Tim Maia Racional não gostei não. A repetição do leia o livro me irritava heheh, preferia os sambas da Brud e as músicas Racionais do Jackson do Pandeiro que sempre tocava no alto falante do Retiro Racional.

Mas depois de algum tempo lendo o livro e encontrando as respostas que sempre procurei, me apaixonei sobre o assunto e comecei a pesquisar sobre tudo que se referia ao Universo em Desencanto no meu presente ganho com muito carinho no ano de 2003: um computador 586 e internet discada rsrs...... Me choquei ! O que tinha de site e blog falando mal da Cultura, da "seita" que "desvairou" o Tim Maia e do "guru malvado e ganancioso" que só queria saber dos cifrões do pobre Tim dava uma boa lista no Google .... Ai ai... não queria acreditar no que lia, COMO ALGO QUE ESTAVA FAZENDO TÃO BEM PARA MIM poderia ser tão ruim ? Também me senti confusa e me questionei se valia a pena mesmo ler e se o que aconteceu com o Tim Maia não poderia ser verdade... Mas depois de colocar as coisas numa balança refleti: o que afetará na minha vida se com o Tim Maia não deu certo ? Afinal, para mim estava dando certo. Ao contrário do que dizem que aconteceu com o Tim, comigo o livro estava sendo um grande professor para aprender a lidar com as diferenças, respeitar a opinião alheia e me orientou a como conviver melhor com as pessoas ao meu redor. Falei: "Quer saber ? Quem vai pela cabeça dos outros é piolho. Tô fora ! "

Além disso, conheci várias pessoas que conviveram com o senhor Manoel Jacintho, conheceram o Tim Maia na época em que ele ia a Belford Roxo e continuam lendo até hoje, tem um carinho enorme pelo autor dos livros e muita gratidão. E não foi uma ou duas pessoas, muita gente mesmo. Se desde a década de 70 essa turma e seus filhos continuam, o negócio não é tão ruim assim ... Mas o que para mim importa mesmo é a paz interior e nisso, o Universo em Desencanto é um psicólogo nota 1.000.

Para quem quiser refletir mais sobre o assunto, nesse mesmo ano de 2003 achei um site que falava sobre o Tim Maia Racional, mas com imparcialidade e respeito, o IlhaBrasil.net. Aproveitei a oportunidade e resolvi desabafar. O legal é que o autor do texto gostou e resolveu publicar um artigo com a minha opinião. Pena que o site saiu do ar, mas vou colocar para os meus queridos leitores do Painel Racional o artigo na íntegra. Segue abaixo:


Abraços

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Rafael Olivares: É coisa limpa, é coisa pura

Um relato sobre a cultura racional por quem conhece de dentro.


Em agosto de 2003, o IlhaBrasil.net publicou um texto sobre os discos da fase racional de Tim Maia. Contávamos um pouco sobre o contato do cantor com a cultura racional, e as conclusões que conseguíamos tirar sobre a cultura ao ouvir os discos. Chamávamos a atenção sobre a dificuldade de se aprofundar no tema, uma vez que o livro Universo em Desencanto, principal pilar da cultura racional é raro, assim como não é fácil encontrar pessoas que o tenham lido.

Para nossa surpresa, recebemos um comentário no texto da estudante Juliana Barros, que nos explicava um pouco mais sobre a cultura racional:

"Eu sou estudante da Cultura Racional. Constantemente pesquiso na net a respeito do Tim Maia Racional, e em uma dessas pesquisas achei esse site. Sempre me divirto com as opiniões, curiosidades, a perplexidade e as críticas à respeito desse estudo.

A Cultura Racional é um ESTUDO composto por 1006 volumes, dispostos da seguinte maneira: 21 volumes da Obra (é na Obra que o Racional Superior faz a descrição da criação do universo e da vida); 21 da Réplica (para tirar as dúvidas, que serão muitas, em relação à Obra); 21 da Tréplica (faz a lógica, a relação, da teoria descrita na Obra com a realidade); e o restante dos volumes são dispostos em fascículos, o Histórico, cujo objetivo é aperfeiçoar a compreensão do "Macrouniverso Racional" e da nossa vida terrena e, principalmente,o desenvolvimento do raciocínio. O ápice da perfeição, latente em cada ser humano. Para que tudo isso ? Para encher as burras de dinheiro de mais alguns espertalhões? Ou para lobotomizar alguns gêneros medíocres da espécie humana em mais uma seita? Bom, isso foi o que pensei quando li os primeiros Livros, e que sempre vejo na opinão de pessoas que escrevem a respeito do Tim Maia Racional. Porém, ao me reencontrar com os Livros, 2 anos após o primeiro contato, mudei de opinião. Realmente, a Obra é diferente. Possui uma verborragia, é repetitiva, e com expressões "infantis" para descrever a criação do Universo, como "goma" e "resina"(infantis para a nossa pseudosabedoria científica, mas profundas se compreendidas em toda a teoria). Geralmente na primeira leitura as pessoas se chocam, mas a verborragia é necessária, pois o objetivo é desenvolver o raciocínio, a capacidade de concentração, observação e organização do processo mental, porque da maneira como o nosso pensamento funciona, variante e mutante por segundos, a repetição e a verborragia são um contraponto a essa "disfunção" de idéias.

Não quero ocupar o tempo de ninguém querendo explicar o que é Cultura Racional (quem se interessar que ESTUDE a Obra, com curiosidade,questionando,duvidando, mas sem "pré-conceitos". O preconceito é inimigo da ciência, do conhecimento). Como estudante de Cultura Racional, não quero doutrinar, nem converter ninguém. Se assim fosse, não seria cultura, e sim religião. O QUE NÃO É. Os estudantes dos Livros Universo em Desencanto não têm templos ou igrejas. Nenhum orientador espiritual (a única orientação vem do conhecimento e da história de vida de cada um), e nos 8 anos em que estudo esse compêndio nunca dei dinheiro para chefe algum. Os Livros são emprestados entre os estudantes, que organizam bibliotecas Racionais pelo Brasil inteiro. E nós mesmos que ajudamos na confecção dos Livros. Também nunca li nenhuma receita de ritual, ou algo do tipo. Pelo contrário. Por isso, a Cultura Racional também não pode ser classificada como seita. É um ESTUDO. Um CONHECIMENTO, cujo objetivo é melhorar cada um de nós, para sermos cidadãos civilizados (algo que só está no nome atualmente ...), RACIONAIS.

O Tim Maia parece um fanático nas músicas, pirou o "cabeção" com a Cultura? Hahaha... . Acho que ele era bem 8 ou 80. Algo da personalidade dele. Por isso, eu acho, as músicas são tão intensas.

Repetitivo, fanático, obcecado pelo tema, foi uma overdose de Cultura Racional? O que não era overdose na vida de Tim Maia? Porém ,que bom se todos os financiadores do tráfico de drogas trocassem a overdose que financia a violência pela overdose de Cultura Racional, assim como o Tim fez nesses dois emblemáticos anos. As músicas são uma prova de que essa é uma troca muito melhor, e BEM melhor...

Se ele não leu mais, não me importa. Se para ele não serviu, para mim serve. A única coisa que eu sei é que eu VIVO "NUMA RELEX, NUMA TRANQUILA, NUMA BOA, LENDO OS LIVROS DA CULTURA RACIONAL". ENCONTREI A PAZ INTERIOR"

Animados com o conteúdo que a Juliana nos trouxe, entramos em contato com ela e pedimos para ela relatar melhor a experiência dela própria com a cultura racional. Queríamos saber se o ler e reler do livro a levaram à imunização racional. Além de dar o depoimento a seguir, ela forneceu algumas curiosidades a respeito da cultura racional, que você lê lá embaixo.

"Bom, como a Cultura Racional mudou a minha vida, é essa a pergunta, né? Pois bem. Eu sempre fui uma angustiada com os mistérios da vida. A minha impotência diante dos mecanismos e da finalidade de toda essa energia que desprendemos para existir sempre me limitou, deixando uma enorme sensação de vazio. Nos momentos em que fazia algo que gostava, ao estar com os amigos e a família, esse sentimento desaparecia, mas como as dificuldades são inerentes ao nosso viver "animal", infelizmente, esse vazio sempre vinha à tona.

Essa ignorância total diante do universo que me domina (a mente) sempre me impulsionou a buscar novos conhecimentos, seja na ciência ou na religião. Ao tomar contato com a Cultura Racional, em 1995, primeiramente tive curiosidade (ela era enfática em temas que sempre pesquisei: origem da vida, pensamento, imaginação, etc.), mas depois houve um estranhamento (a linguagem não usual e a premissa de que um "Ser Superior" escrevia tudo aquilo como algo definitivo, a "Verdade Das Verdades", me assustou, e muito). Parei de ler, achando que era mais uma baboseira entre tantas existentes.

Em dezembro de 1996 fui com meus pais (que desde 1995 já estudavam a Cultura) ao Retiro Racional em Vila de Cava, Nova Iguaçu/RJ. O Retiro Racional é onde fica a gráfica dos Livros. Eu adorei aquele lugar, ao pé de uma serra, com muito verde e uma maravilhosa sensação de paz, que nunca tinha sentido com tal intensidade até aquele dia. Ali conheci pessoas dos mais diversos tipos e de várias regiões do nosso país, sendo a alegria um adjetivo a qualificar esse lugar, sem nenhum medo de errar.

Diante disso, me aventurei a ler mais uma vez. No começo, novamente, não entendia nada, tinha um grande sono e até irritação com a repetição de palavras como "goma", "planície", "resina", "elétrico", "magnético" e "racional". O Universo em Desencanto estava mais para lista telefônica do que cultura racional. Porém, quando estava na metade da Obra (a 1º série de 21 volumes) percebi que o sono havia diminuído e que em diversas situações do meu dia-a-dia, nas quais eu certamente reagiria de maneira irritada e agressiva, as minhas atitudes foram completamentes tranqüilas, calmas. Eu me estranhei, mas óbvio, gostei. A partir da Réplica e da Tréplica a teoria da Obra começou a fazer sentido, e me surpreendi de como aquela "história primária" era profunda e tinha afinidade com a nossa realidade. Naturalmente, à medida em que absorvo o Conhecimento Racional, me torno mais segura, confiante e tranqüila (vocês não fazem idéia de como eu era ...).

Se vocês me perguntarem se eu já vi o MUNDO RACIONAL ou se alcancei a Imunização, não posso responder que sim. Mas com toda segurança lhes afirmo: se o que mudei até hoje com a Cultura Racional for apenas 1% da Imunização Racional, para os 100% de desenvolvimento, então, não tenho nem adjetivos para classificar tal plenitude.

O Universo em Desencanto é a favor de tudo e de todos. É uma ode à liberdade e apesar de aparentar ser restritivo, ele é um amplo leque do conhecimento, buscando a harmonia entre as mais diversas criações da mente humana e da Natureza.

Hoje eu tenho um objetivo, um rumo definido na vida: alcançar a Imunização Racional. Dentre os mais diversos objetivos e desejos que já tive, por mais incrível ou absurdo que pareça, a Imunização Racional é o mais real, pois apenas o meu caminhar para alcançá-la faz a minha realidade mais feliz. É prazer de viver, que nem diz o Tim Maia em "PAZ INTERIOR".

Quero enfatizar que não desejo converter nem doutrinar ninguém. O desencanto do universo, a liberdade do interior de cada um, só cada indivíduo pode abrir para si mesmo, e a opção de ter a Cultura Racional como chave para o "universo em desencanto" é uma escolha de cada um.

Espero ter colaborado ao menos um pouquinho com o entendimento de vocês e, profundamente, agradeço pela oportunidade de exprimir sobre o que me dá imenso prazer e felicidade.

Obrigada,

Juliana Barros"

Para entrar em contato com a Juliana, escreva para barrosjuliana21@hotmail.com

Curiosidades a respeito da cultura racional:

A Cultura Racional do Terceiro Milênio é um patrimônio brasileiro. Carioca, ela nasceu em 1935, no Méier.

A Cultura Racional e a música sempre caminharam juntas. O Sr. Manoel Jacintho Coelho, o grão-mestre varonil ("o maior homem do mundo"), era filho de músicos, o pai maestro e a mãe professora de piano. Foi tido como um dos melhores tocadores de violão de sete cordas do seu tempo, sendo muito admirado e querido por amigos como Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Nélson Cavaquinho e Cartola, entre outros grandes nomes do samba brasileiro.

O Sr. Manoel Jacintho Coelho recebeu vários títulos e homenagens pelos benefícios prestados à humanidade. Alguns deles:
- Medalha de Honra da Inconfidência, recebida em 21 de abril de 1986 em São João Del Rey (MG), na presença do Presidente José Sarney.
- Comenda Hipólito José da Costa, Patriarca da Imprensa Brasileira, conferida pela Associação Interamericana de Imprensa.
- Praça "Bosque da Paz", em sua homenagem, em Belo Horizonte, na entrada do Bairro Lagoinha, com inauguração da Praça com seu busto, homenagem prestada pelo Prefeito de Belo Horizonte, juntamente com o Governador do Estado de Minas Gerais, em 20 de setembro de 1987.

A música "No Caminho do Bem", trilha do filme Cidade de Deus, é homônima do capítulo de um dos volumes dos livros UNIVERSO EM DESENCANTO, sendo que um trecho dela foi retirado desse capítulo: "a vida modesta e fecunda, amor de um doce paraíso, reino prepotencial Racional, brilha sempre o bem e não o mal"

Tim Maia não foi o único músico famoso a gravar sobre o tema. O cantor Nelson Gonsalves interpretou "...E Outros que se Danem Football Club" que foi tema de novela da Globo na década de 70. Altamiro Carrilho compôs "A Grande Mensagem do Mundo Racional" e Jackson do Pandeiro interpretou "Mundo de Paz e Amor", "Acorda Meu Povo", "Alegria Minha Gente" e " A Luz do Saber".

O ator Procópio Ferreira era estudante da Cultura Racional.

Os Livros da Obra UNIVERSO EM DESENCANTO já foram traduzidos para catorze idiomas.


LEIA O PRIMEIRO TEXTO DO ILHABRASIL.NET SOBRE A CULTURA RACIONAL


Rafael Olivares: Queira ou não queira, todos vão ler

Os discos obscuros de Tim Maia estão por aí. Agora é uma questão de tempo para a imunização racional chegar até você.


A primeira vez que eu tive contato com a cultura racional foi na faculdade. Eu estava chegando no prédio quando um amigo meu me chamou no carro - "ouve esse som, você vai pirar". Movido pela curiosidade, já que não se tratava de alguém com o mesmo gosto musical que eu, entrei. Era um som muito bom, vários instrumentos, e tudo mais. Dali a pouco, surgia a letra: "We are gonna rule the world, don't you know, don't you know". Qual não foi a minha surpresa ao descobrir que quem tocava aquilo era o síndico Tim Maia. Mais pra frente na música (que dura 12 minutos), o cantor faz uma locução sobre mundo racional e o livro Universo em Desencanto ("Read the book, the only book, the book of God, Universe in Disenchantment"). Eu realmente pirei no som, e ouvi o resto do disco. Em praticamente todas as faixas, Tim Maia citava o livro e a cultura racional.

A história que me foi contada, e que eu repasso a vocês, é que em algum lugar dos anos 70, Tim Maia leu o livro Universo em Desencanto, e ficou obcecado pela cultura racional, e gravou dois discos sobre o tema. Depois que se desligou do assunto, achou os álbuns uma grande besteira e mandou recolher tudo. A partir daí, esses discos se tornaram uma espécie de lenda, tanto por sua tanto por sua qualidade músical, com instrumentais excelentes e simples ao mesmo tempo, quanto pela sua raridade. Todas as cópias de cd que eu já vi são piratas. Qualquer feira de bugigangas, como a da Praça Benedito Calixto, em Pinheiros, São Paulo, não vende o vinil por menos de R$150.

Por falar na praça, é nesse tipo de lugar (assim como no centro de São Paulo ou em algumas estações de metrô) que podemos encontrar pessoas distribuindo folhetos da cultura racional. Assim como os discos, os folhetos chamam a atenção para o livro Universo em Desencanto. Tim Maia tinha tanta crença no tal livro que em uma faixa dizia que a cultura racional "é um conhecimento superior a todos os outros conhecimentos; é ditado pelo racional superior, o verdadeiro Deus". Seria essa então uma espécie de seita baseada no livro? Na música "Quer Queira Quer Não Queira", a letra diz que "Não é história, não é doutrina, não é ciência, seita ou religião; é coisa limpa, é coisa pura, para o caminho da eterna salvação". Aparentemente, "a eterna salvação" é o ler e reler do livro Universo em Desencanto, através do qual, segundo o folheto e as letras do disco, você entra em contato com o mundo racional.

Explicando melhor: a idéia é de que o homem vem de um mundo racional, mas vive num mundo animal, num mundo material. A leitura do livro proporciona a energia racional, que irá ligar o leitor ao mundo racional e imunizá-lo racionalmente, deixando-o imune à energia animal. Todos estão perdidos e só se encontrarão através da energia racional. "Já senti saudade, já fiz muita coisa errada, já dormi na rua, já pedi ajuda, mas lendo atingi o bom senso e a imunização racional", canta o síndico em "Bom Senso". A pergunta que fica é óbvia: mas, afinal, do que fala o livro? O que eu sei é que o livro é muito raro, e é formado por dois volumes. Quanto ao conteúdo, só ouvi especulações. Durante aquela sessão do disco no carro do meu amigo Johnny citada acima, eu perguntei se ele já tinha lido o livro. "Não. Tenho medo...". Acho que o medo era de ficar igual o Tim Maia, só falando disso, e cego para os outros assuntos. Especula-se que o livro diga coisas como "o homem vem da resina e da goma e está descendo da planície racional para o mundo animal". Nunca encontrei ninguém que tenha lido. Hoje em dia, há uma certa moda da cultura racional. A apresentadora Babi resloveu dar uma de cantora regravando "Que Beleza", a cantora Sandra de Sá faz diversos shows com as músicas dos álbuns, e "No Caminho do Bem" entrou na trilha sonora de Cidade de Deus. Mas ainda estamos muito longe de saber o que é a imunização racional.

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Curiosa, desde pequena sempre quis saber quem sou de verdade. O fim do arco-íris no fundo de meus olhos... E encontrei! Estou em pleno processo de emancipação, aprendendo a voar ainda que em um corpo perene. Estudante da Cultura Racional e dos livros Universo em Desencanto desde 1995. DESENVOLVENDO O RACIOCÍNIO. Em ponto de ebulição e sublimação!! Sorrir gratuitamente é puro prazer... Salve :D
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