“Quem não conhece a si mesmo nada conhece”.
Na vida estamos sempre buscando. Todos buscam. Alguns buscam estar, outros sair. Alguns buscam ajuntar, outros separar. Mas sempre com uma meta, mesmo que inconscientemente, que é encontrar o lugar, o jardim, o porto. O local onde não somos aterrorizados pelos fantasmas existentes dentro de nós mesmos. Por isso as variedades de pensamentos, de modas. As variedades de tecnologias, enfim, sempre o ser buscando ser.
Muitos encontram a sua paz na guerra. Porque ao longo da vida aprenderam que nem sempre aquilo que é bom para a gente, é bom também para o outro. Assim, o mundo tornou-se confuso, cheio de percalços, barreiras, desafios. A paz, de tão sonhada, caiu na graça do povo.
Esse é o resultado de muitas eras vividas, ou mal vividas por vivê-las bem de mais. É o resumo de uma história milenar. História que nem a História pode contar. Porque uma grande parte está guardada no subconsciente. Outra, no inconsciente. E a pequena parte está no consciente. Que, por sua vez, existe apenas no termo. Posto que se fosse consciência haveria pleno conhecimento de tudo. Conhecimento do que deu origem a tudo. Parece que o grande gênio, o Sigmund Freud, não teve tempo de completar a sua obra. E ficamos apenas cientes de que somos conscientemente inconscientes.
Nossa história com certeza dá um grande longa-metragem. Que grande roteirista seria aquele que escrevesse a história da humanidade. Grande roteirista foi Moisés. Este que com apenas um livro resumiu toda história. Que pena que no tempo de traduzir estas obras para outros idiomas não éramos ainda peritos em línguas estrangeiras. É uma lástima que tenha ficado no mistério a forma como surgimos. Sim, há aqueles que ainda crêem num autor, um indivíduo criador de toda matéria. Mas há outros que não crêem. Como já foi dito, nem tudo o que é tudo para mim é tudo para o meu próximo. Porém, esse tudo sempre terá coerência entre todos. Aonde variamos em tudo não estamos logicamente corretos. Como exemplo o sol. Muitos têm opiniões divergentes sobre esta estrela. Mas entre todos impera o fato de que o sol brilha, aquece e também queima. A incoerência inicia-se quando atribuímos mistérios à verdade. Quando isso ocorre a verdade torna-se mistificada, ou seja, variante, enganosa, ludibriante. Torna-se pura apenas para quem está mistificado: o indivíduo aprisionado dentro do próprio mistério. E tudo então é mistério. Até ele mesmo. Retirando o manto (engraçado como manto assemelha-se a mito) dos mistérios entra em cena a razão. É o que conduz o homem ao campo da realidade, do desencanto, da desmistificação. É quando a verdade passa a ser pura para todos. Sendo a verdade pura machuca, causa sofrimento, agonia. É como aquele casal apaixonado. Tudo é simplesmente belo, porque os encanta, tirando-os da realidade, deixando-os anestesiado. Acabando-se a paixão, o encanto (sofrimento que atrai e adoenta), entra em cena a verdade, a realidade, (sofrimento que repele, mas cura). Se existe amor, verdade, entre as duas partes, a relação continua pelo resto da vida. Se não...
Por isso dizem que amor de mãe não acaba. É que esta viveu e vive a realidade. Sofreu para manter no ventre, sofreu para dar a luz, sofreu para educar e ainda sofrem com os filhos ingratos. Mas sabem as verdades do filho até a última gota.
Deste modo, notamos que sempre estamos vulneráveis às paixões. Preferimos o sofrimento que atrai que o que repele. Preferimos o anestésico que a extração do dente, ou que ir ao oculista, fazer exames que comprovem o que causa a dor e acabar de vez com ela. Mas preferimos o sofrimento porque está claro que a nossa origem não é esta de dor, mas de prazer, felicidade, virtudes. É como se antes de sermos corpos de carne, fôssemos feitos apenas de luzes, estas virtudes e quiséssemos voltar a este estado. É, também, como se fôssemos a causa de uma doença e os anticorpos lutassem contra. Cada ação que fazemos neste mundo tem um retorno porque toda ação incomoda. Se não incomoda hoje ou amanhã, ou depois, com certeza incomodará mais tarde.
Imagina como a vida não se incomodou com a nossa indiferença em relação à nossa origem. Se ignoramos é porque é a verdade. Porque não estávamos prontos ainda para a verdade. Assim como ainda não estamos.
É realmente difícil para nós reconhecermos que aquela imagem que está ali no espelho não é a nossa. Aí tentamos modificar para melhor se ajustar ao nosso gosto, ao nosso prazer que é só sofrimento. Ter que sair do natural para nos sentirmos melhor. Lembra que para toda ação tem uma reação?
E chegou ao mundo o espelho que mostra a face natural. Que aqueles que já caíram na real, que já se desencantaram vão vibrar de satisfação. Aqueles que ainda não reconheceram seu estado deplorável, ainda vão ter um pouco de dificuldade, mas como quem vence sempre é a natureza, um dia virão a reconhecer. Reconhecerão todos. Pobres, ricos, sábios, tolos, crentes, ateus, todos serão iluminados pela Luz da Verdade que é a Imunização Racional, adquirida através das leituras dos livros da obra Universo em Desencanto. Não é religião, nem seita, nem doutrina. Não ofende, nem ataca, nem humilha ninguém. Apenas mostra a verdade para quem quiser enxergar. Não é baseada na fé, nem na crença. Mas no conhecimento, no saber. Por isso não é necessário nenhum esforço ao não ser ler os livros e reconhecer a realidade. Porque já passamos pela fase do esforço, das lutas, das guerras, do princípio das dores. Agora é a hora de todos conhecerem a verdade há tanto tempo mistificada. É a hora da Imunização Racional.
Autoria: James - da comunidade Cultura Racional no Orkut
Link: http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=22834&tid=5333979409260052421
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